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O MERCADO DOS CARD GAMES

De um lado, os mais recentes consoles do mercado com lançamentos na área de games. Do outro, softwares inovadores e até óculos de realidade virtual. No centro, mesas e cadeiras de plástico com pessoas de todas as idades jogando... Cartas de papel...

Esse fenômeno curioso vem sendo observado durante alguns meses nos Shoppings de Boa Vista-RR, sendo que arrisco dizer que ele acontece em todos os lugares. Mesmo com a avalanche constante de tecnologias cada vez mais inovadoras, passatempos mais rústicos não só sobrevivem como encontram segmentos comerciais bem interessantes que garantem que eles durem por muito mais tempo.

Jogos de cartas existem a muito tempo e sempre existirão... Mesmo com tanta tecnologia disponível, a brincadeira apresenta aspectos únicos... Podemos até jogar estes mesmos jogos no computador, mas a experiência está longe de ser a mesma. A comunicação real, o contato, a emoção compartilhada, tudo isso torna os jogos de cartas (e até os de tabuleiro) uma experiência social super divertida.


Sem idade para começar (ou parar)


O público dos jogos de cartas é muito variado. Há produtos voltados para adultos, como jogos de estratégia cheios de regras e complexidades, e para crianças, como materiais didáticos ou temáticos — a Galinha Pintadinha, por exemplo, é onipresente e onipotente entre o público infantil.

Os estudantes e primos Luiz Gabriel e Thiers Neto são adeptos dos Card Games POKÉMON & YU-GI-OH!, respectivamente, e passam horas se divertindo com um desafio simples que envolve matemática e raciocínio rápido.

Alex Freitas foi jogador de Yu-Gi-Oh!, inclusive na série apresentada no console PS1, mas abandonou e não teve mais contato algum por alguns anos, mas, nos últimos dois anos, reviveu esta febre através de seus filhos que buscam participar de regionais da área e buscam a pontuação para competir nos torneios nacionais das franquias. Seus filhos são jovens que até gostam de tecnologia, mas Alex acha que essa overdose de gadgets não é uma coisa boa. “Hoje, o mundo está na realidade virtual. Hoje, você está no Facebook falando com os amigos. Eu gosto do real, não fico tanto tempo online”, diz Alex, que apoia e curte esta mudança de parâmetros de seus filhos.


Mais que uma distração


As maiores críticas feitas aos card games é que eles são um passatempo de bar, uma atividade inútil feita somente para o lazer. Muitos contestam esse preconceito. Muitos especialistas veem que as cartas são importantes para o desenvolvimento da pessoa. Elas ajudam com lógica, memorização e atenção.

A Copag é uma fabricante de baralhos com mais de cem anos, mas só há pouco tempo decidiu usar a experiência e o maquinário para expandir os negócios aos card games. Atualmente, a Copag publica o Trading Card Game de Pokémon, além de baralhos tradicionais temáticos que vão de “The Big Bang Theory” a “Lanterna Verde”. Outro sucesso é o jogo Battle Scenes, da Marvel, que já está na terceira temporada de lançamentos.


Função social e educacional


Agora, uma curiosidade: A Copag revela que o segmento que mais cresce nos card games não é o de grandes franquias, apesar de Marvel, Pokémon e Galinha Pintadinha apresentarem bons números. Os card games didáticos é que estão em evidência, pois já são vistos com bons olhos até por psicólogos, professores, pedagogos e médicos de várias áreas.

O "Pingo no i" é um desses exemplos. Em vez de números, as cartas são letras e o seu objetivo é descartá-las enquanto forma palavras — mesma regra do buraco, só que auxiliando no raciocínio em português e na formação de vocabulário.

Mas há outro benefício: o social. O público antes era muito escasso ou formado somente por colecionadores, não jogadores. Agora, alguns veteranos cresceram e continuaram jogando, enquanto crianças bem novas já trilham o mesmo caminho – a faixa etária do público de Pokémon, inclusive o competitivo, vai de dez a quarenta anos. Se depender dessas pessoas, os jogos de cartas podem até ficar amarelados, mas sempre terão um espaço especial na estante, nem que seja ao lado de um PC ou console da moda.

A febre dos Card Ganes

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